Hoje lembrei do Ventania, então postei uma música dele aqui.
Compositor, artesão e andarilho. Quem consegue como ninguém traduzir esse universo de "pé de estrada", pano no chão, artesanato, estrada e hippies dos anos 70.
Ventania não tem casa, não tem endereço certo, vive nas estradas, anda de carona, não tem carro, não tem cama, mas tem espírito de passarinho e alma de menino. Tudo que canta é verdadeiro e faz parte de suas bagagens: um alicate, um monte de lantejoulas e fios de arame com os quais transforma em belíssimas obras de arte. Seu único bem material é um violão muito velho e empenado, todo desenhado e autografado por amigos que encontrou pelas estradas. Tudo muito simples e singelo, você vai ouvir de caminhos de quem não tem medo de caminhar. Saberá de São Tomé das letras, Pirinópolis, Pelourinho, Embu das artes e todos os lugares e situações vividas por esse poeta hipie das estradas.
Só para loucos, isto é só para loucos. Caretas, não.
Só para loucos, isto é só para loucos... ahaa...
Colhendo cogumelos na varanda de cristal
A avenida paralela toma forma de "aspiral"
Colhendo cogumelos pra fazer um chá legal
Ficar "muitcho" louco, curtindo um visual
Só para loucos, isto é só para loucos. Caretas, não.
Só para loucos, isto é só para os raros...
Confesso abestalhado: nunca vi nada igual
O banheiro era o refúgio, recanto espiritual
Lá em cima no instante em que eu guardava livros raros
Em cima da mesa, perto do vaso
Colhendo sempre flores no espaço do universo
Espinhos do destino fazem parte dos meus versos
Só para loucos, isto é só para loucos. Caretas, não.
Só para loucos, isto é só para loucos... ahaa...
P.S.
Ah, inspirado logicamente em Raul Seixas.
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